Às vezes, o mundo dos negócios parece seguir suas próprias leis implacáveis — como se fosse regido por uma matemática cruel. Foi pensando nisso que formulei o que chamo de Teorema do Combo Mortal do Contrato. São fatores internos e externos que, juntos, compõem o combo. O teorema não considera de quem é a culpa mas sim os efeitos das ações.
Não é apenas uma metáfora: é um conjunto de condições que, quando presentes ao mesmo tempo, formam uma equação inevitável de dor de cabeça, prejuízo e frustração.
Exemplos de elementos do combo
1. O cliente que não paga
O calote ou o atraso prolongado é o gatilho inicial. Desde julho, nada de pagamento. É como tentar correr uma maratona sem água: cedo ou tarde, o corpo para.
2. Os recursos que somem
No meu caso, os sensores da obra foram danificados — e o fornecedor, sufocado por tarifas americanas, não tem estoque. Resultado? O trabalho fica tecnicamente inviável.
3. O tempo que esgota
O contrato se aproxima do fim, mas ainda há muito serviço a entregar. Pior: o cliente não responde a contento, como se estivesse à deriva.
4. O ambiente que colapsa
Se até os escritórios sofrem mudanças constantes e os banheiros já não têm papel para enxugar as mãos, o recado é claro: a estrutura está se deteriorando.
A demonstração
Coloque esses quatro elementos juntos e você terá a prova do teorema:
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Sem pagamento, não há sustentabilidade.
Sem equipamentos, não há entrega.
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Com o tempo contra, a margem de negociação evapora.
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E se até o ambiente físico desmorona, que esperança sobra para a gestão contratual?
Quando esses fatores se alinham, não se trata mais de um problema pontual. É a configuração perfeita do fracasso anunciado.
É o Combo Mortal do Contrato — um alerta para qualquer profissional que acredita que só boa vontade basta para manter acordos de pé.
Conclusão e provocação
Contratos não morrem de repente. Eles adoecem em silêncio, mostrando sinais claros: atrasos, falhas, descaso, desordem. Reconhecer esses sintomas cedo pode ser a diferença entre renegociar um acordo e assistir, impotente, à implosão do projeto.
E você, leitor: já presenciou um Combo Mortal do Contrato na sua carreira? Como sobreviveu a ele?
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