Em qualquer contrato, obra ou empresa, sempre existe um sinal silencioso que mostra se as coisas estão indo bem ou se já começaram a desandar. Esse sinal não aparece no cronograma, no relatório financeiro ou na ata de reunião. Ele aparece onde ninguém espera: no banheiro.
É exatamente isso que define o Teorema do Banheiro:
“Quando as coisas não vão bem, o banheiro é o primeiro a denunciar.”
O início da decadência
Quando tudo está no eixo, o banheiro é impecável: papel toalha à disposição, sabonete líquido cheio, descarga funcionando, cheiro neutro. Parece até exagero, mas é um retrato da boa gestão.
Só que, quando os problemas começam a se acumular, os sintomas aparecem primeiro ali:
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Papel higiênico que acaba e ninguém repõe.
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Sabonete líquido vazio há dias.
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Pia entupida, luz queimada, lixeira transbordando.
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E aquele cheiro que anuncia: “o contrato já está fedendo também”.
Por que o banheiro?
Porque o banheiro é o espaço mais democrático do ambiente de trabalho: todos passam por ele. Se ele está bem cuidado, significa que existe atenção ao detalhe e respeito coletivo. Se está largado, é porque a disciplina já foi embora — e o resto inevitavelmente vai seguir o mesmo caminho.
No fundo, não é sobre o banheiro. É sobre o reflexo da cultura.
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Se não há zelo pelo básico, o que esperar do complexo?
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Se não há disciplina na limpeza, como esperar rigor no cronograma?
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Se o coletivo está abandonado, o contrato logo vai pelo mesmo ralo.
Experiências pessoais
O Teorema do Banheiro não é só teoria. Já vivi isso na prática:
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Universidade Gama Filho (UGF): eu frequentava a instituição quando percebi que os banheiros começaram a não ter nem portas nas cabines. Papel e sabonete? Zero. Ali ficou claro para mim que o caminho da universidade seria fechar as portas. Seis meses depois desse insight, a UGF entrou em falência total.
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Uma obra promissora: em outro caso, acompanhei uma obra que no início era um exemplo de organização. Banheiros limpos, sabonete líquido, tudo perfeito. Meses depois, o banheiro até continuava limpo, mas já não havia espelhos, o papel para enxugar as mãos tinha desaparecido e entupimentos de vasos não eram reparados. Era o prenúncio de que o ritmo exemplar tinha ficado para trás.
Aplicações do teorema
O Teorema do Banheiro funciona como um barômetro prático:
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Em obras: indica o clima entre contratante e contratado.
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Em empresas: revela se a cultura organizacional está saudável.
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Na vida pessoal: até em casa, um banheiro malcuidado denuncia que algo maior não vai bem.
Conclusão
Relatórios podem ser maquiados. Prazos podem ser renegociados. Mas o banheiro não mente.
Quando ele começa a ser “largado de lado”, o Teorema do Banheiro se cumpre: há um colapso maior a caminho.
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